sexta-feira, 27 de julho de 2007

O SEIXAL PRECISA DO ZÉ


Afinal o Zé faz falta!

Faz falta à família, aos amigos, ao patrão, ao governo, ao partido, faz falta à associação de pais, ao clube de futebol, às ONG´s, às IPSS´s, e ainda, à sua autarquia.

Então afinal porque se queixa o Zé, quando é tão entusiasticamente demandado para que exerça os seu direitos e deveres de cidadão? Onde está o défice democrático e de cidadania?

Antes de prosseguirmos nesta reflexão, peço-vos que leiam a cartita abaixo, recebida pelo Zé, juntamente com a factura da água do corrente mês, na qual o presidente da sua autarquia o convida (compulsivamente) a participar (financeiramente) num grande projecto de defesa do meio ambiente.

Então porque não rejubila o Zé com tão honrosa participação, pois até tem em casa um pequeno contentor ecológico de separação de lixo, ouve atentamente os srs. ambientalistas da Quercus, o sr. Al Gore e acompanhou com grande atenção o tema da co-inceneração, vejam bem que o Zé até se preocupou em saber como recicla os óleos usados, a oficina em que leva o carro à revisão, sim, porque o Zé conhece a norma de certificação ambiental.


Peço aos leitores que tentem ler atentamente a carta supra, pois pode perfeitamente ocorrer o mesmo na vossa autarquia, ou seja, à falta de financiamento do "poder central", lá se inventa mais uma taxa, aproveitando para atirar umas atoardas ao governo, pois 2009 e as eleições estão quase aí.

No mínimo despudorada, esta carta é um verdadeiro atentado à inteligência dos municipes "sulistas", minimizando bastante a "ofensa" do ministro Mário Lino, pois afinal a margem sul, pelo menos no que diz respeito ao Seixal, é mesmo um deserto de cidadania e luta pelo bem estar dos cidadãos.

Impera o livre arbitrio e a discricionaridade de autarcas "funcionários" do aparelho partidário, o presidente Jardim não está só, não concorda com a lei? não a cumpra! Se tiver poder para tal, invente uma qualquer derrama, taxa, coleta, multa, enfim qualquer coisa que traga o cidadão à coacção.
É vergonhoso que as forças políticas para além de tudo o que já exigem do Zé, ainda o usem como arma de arremesso (vulgo carne para canhão) para a guerrilha partidária de propósitos eleitoralistas.

Convivi durante quase 40 anos com as tonalidades vermelhas da margem sul, quase cheguei a acreditar na generosidade e bonomia do comunismo e na luta da classe operária, construi um quase ideário romântico acerca do altruista e bom "camarada" do partido, infelizmente esse ideário esboroou-se com o passar dos anos, dando lugar à fria realidade da vivência numa península empobrecida pela tacanhez, mediocridade e ineficácia dos seus "barões vermelhos da política" .

Não aceito lições de democracia nem de autenticidade civica e civilizacional de tão pobres autarcas e não calarei a minha voz sobre tais arremessos de prepotência.

Acautelem-se pois os leitores, não tenha a vossa autarquia por aí um projectozinho para inaugurar em 2009. Vamos ver como será conseguido o financiamento com a sobrendividada Câmara de Lisboa.

Finalizando pergunto:

Onde estava o sr. presidente da Câmara do Seixal no 25 de Abril?

... Pronto! Já sei ... a combater os fascistas, a lutar pela liberdade, a construir a ditadura do proletariado, a lutar pelos mais desfavorecidos...blá ... blá ....

Proponho que na famosa frase nacional, que nem vale a pena referir, por tão conhecida, se substitua MEXILHÃO por Zé.

QUO VADIS PORTUGAL!

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