domingo, 26 de agosto de 2007

AGORA COM MENOS HUMOR...porque o tema é sério


Caros leitores, para os mais distraidos aconselho-vos a visitarem o blog do nosso famoso bloquista Miguel Portas e também o blog do José Pacheco Pereira, também conhecido pelo grande oráculo da Marmeleira, onde têm a melhor informação sobre a recente destruição do milho transgénico em Silves.

Aqui ficam os endereços:


O do dr. Portas é www.miguelportas.net/blog ("sem muros").

No blogue de Portas encontram lá uns comentários meus, que no entanto vou transcrever para aqui:(estão num separador intitulado Esquerda e o post de Portas chama-se Eufémia desobediente).

Caro dr. Portas (o de esquerda), acho lamentável a sua posição neste caso. Fico indignado com a forma embusteira, de baixa política, com que os membros do bloco se manifestaram em relação a este grupo de arruaceiros, mal formados, desconhecedores dos valores básicos da democracia.Alegar desobediência civil e falar do artigo 21º da constituição, para justificar uma invasão violenta e destrutiva de propriedade privada é no mínimo triste, para não adjectivar à moda do Bocage.Não me parece boa ideia legitimar uma acção criminosa invocando a causa ambiental ou qualquer outra, pois desse modo teremos que ser condescendentes com terroristas.Caro dr., merecemos mais e melhor de um deputado da nação.
JMCarvalho
José Manuel Carvalho escreveu: Agosto 24, 2007 às 2:16
Sem dúvida Sr. Carlos Afonso que se alguns de nós somos fachóides imbecis, outros de nós são verdes esquizóides e esquerdistas órfãos de pai, assim mais ou menos como as melancias. Não se trata aqui de nenhum “pobre” agricultor nem de nenhuma defesa de trangénicos, seja milho ou soja, trata-se do que é básico num estado de direito democrático, e não estou a falar de propriedade privada, estou a falar da administração da justiça. Convém antes de atirar atoardas dar uma vista de olhos pela constituição e ler um pouco sobre polinização. Eu não sei onde estava voçê no 25 de Abril, quanto a mim, nesse dia fui de sapatos gastos e rotos para a escola e de estômago cheio de um triste pequeno almoço de filho de operário.Trate pois essa miopia, só lhe trará benefícios, quanto a mim não me vendo por votos nem combato em causas corrompidas pela luta de um lugar ao sol na política. Quanto à luta pelo meio ambiente, estou a ver se junto uns dinheiritos para comprar um hibridozito de 50000 euros e à cautela já deixei de comer corn flakes.

Para todos os que invocam e evocam a desobediência civil aqui vai uma pequena menção histórica, com a cortesia dos “imbecis fachóides” e da “gentalha” , em particular para o sr.Carlos Afonso:
Henry David Thoreau publicou em 1849 um texto a que chamou “Civil Desobedience”. Thoreau escreveu este ensaio num contexto oposicionista empenhado a duas das maiores fontes de violência na sociedade em que vivia: a guerra entre os Estados Unidos e o México, (detonada pela anexação norte-americana do Texas), e a manutenção de um sistema esclavagista nos mesmos Estados Unidos. À primeira Thoreau respondeu recusando-se a pagar imposto de voto, pelo que passou uma noite na cadeia; ao segundo, combateu-o por via do debate público. Em nenhum momento do seu texto a desobediência civil é concebida como exercício de acções violentas contra indivíduos, antes pelo contrário. O ensaio promove a resistência e a luta contra as situações de violência e injustiça practicadas em qualquer Estado ou sistema político. Daí que a desobediência civil tenha sido fonte de inspiração para outros que desenvolveram formas de protesto deliberadamente não-violentas, como Luther King Jr. ou Ghandi. A desobediência civil é, na sua raíz, uma exortação ao exercício pleno da cidadania, logo um apelo à consciência política, sustentada nos valores humanos da solidariedade e respeito pelos concidadãos.

Fontes de pesquisa: http://thoreauscholar.org/ e www. Ecotopia.org

P.S. Enquanto o exercício da cidadania e da democracia for de natureza gradativa, de acordo apenas com o nosso nível de descontentamento e revolta, então de nada interessam as instituições e as garantias constitucionais de aplicação da justiça e do direito, cada um de nós usará das próprias mãos e as armas serão escolhidas de acordo com o poder destrutivo da nossa revolta.
JMCarvalho
José Manuel Carvalho escreveu: Agosto 24, 2007 às 11:52
Caro dr. Miguel Portas, aguardo com expectativa a promoção do debate público sobre OGM´s, a responsabilidade política está agora do lado do poder, do qual o sr. faz parte e onde tem uma cadeira para se sentar. Ainda que de forma reprovável a sociedade “civi” (se calhar arregimentada)manifestou-se,agendou o tema, cabe agora ao bloco, não o de esquerda, mas o central,genéticamente modificado, nem rosa nem laranja, mas de um amarelo trangénico, dar explicações às oposições.
JMC
NOTA: O referido sr. Carlos Afonso é particularmente visado nos meus comentários pois foi um dos grandes apoiantes da posição de Miguel Portas.

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