terça-feira, 28 de agosto de 2007

O PECADO MORA AO LADO ... II

Financiamento de campanhas
Louçã defende «transparêncica e rigor», criticando outros partidos.
Louçã defende que os partidos não devem ser financiados por empresas e atacou o PSD pelo caso Somague, o PS por não explicar dinheiros do Brasil e o CDS/PP pelo caso Portucale

«Nós hoje temos na sociedade portuguesa três casos assustadores quanto a esta publicidade anunciada entre empresas e partidos», disse aos jornalistas o dirigente do BE, Francisco Louçã, esta noite em Quarteira à margem do sétimo comício realizado no Algarve.
Francisco Louça recordou que o CDS/PP está a ser investigado pelo caso Portucal, que se refere ao financiamento da campanha eleitoral para as legislativas de 2005 no qual se investigam alegadas práticas de tráfico de influências na aprovação de um empreendimento turístico do Grupo Espírito Santo em Benavente) mas aludiu também ao PS e aos dinheiros do Brasil para campanhas eleitorais«O PS não explicou ainda de onde vem os seus financiamentos do Brasil e agora o caso mais grave de todos, o do PSD onde 233 mil euros lhe teriam sido pagos, diz o Tribunal Constitucional, por uma empresa de construção civil, a SOMAGUE», observa o bloquista.
«O Bloco de Esquerda entende que os partidos não podem ser financiados por empresas. Quem paga quer comprar e quem compra, compra o interesse público», disse Francisco Louça, advertindo que «não pode haver um primeiro-ministro que dependa de uma conta de uma factura que ele deve a um construtor civil».
O economista Francisco Louça sugeriu ao antigo primeiro-ministro Durão Barroso, e que abandonou o cargo para ser presidente da Comissão Europeia desde 2004, que viesse a público explicar este caso,«Durão Barroso ainda não explicou esta matéria, porque era ele o presidente do PSD nesta altura e foi ele que foi eleito para o Governo logo a seguir a ter recebido este dinheiro», recorda Louça, exigindo que esta questão deve ser «esclarecida com toda a transparência».
O que existe actualmente na lei do financiamento «é um sistema de financiamento público e de financiamento privado, deste que de pessoas individuais com contributos registados» e com o qual o BE está de acordo, afirmou Louçã.«Não é preciso outro sistema, acho que é preciso é transparência e rigor», declarou o dirigente do Bloco de Esquerda, recordando a proposta que o partido fez no Parlamento, na altura da discussão da lei do financiamento, para o levantamento do segredo bancário dos responsáveis financeiros e dos dirigentes partidários para que se saiba onde está o dinheiro.
Numa alusão à riqueza acumulada por certos grupos económicos, o Bloco de Esquerda critica os ricos de Portugal por deterem 25 por cento de tudo o que existe no país.«Hoje, em Portugal, existe uma lista dos 100 mais ricos do país que têm um quarto de tudo: das estradas, dos campos, dos transportes, das terras, das fábricas. Eles têm tudo», sublinhou o dirigente do BE, afirmando que «todo o resto é dividido por 9.999.900 milhões de portugueses».«Isto é possível, porque os Governos e agora este Governo, facilita uma acumulação vergonhosa que é um abuso sobre os que menos têm», diz Louça aludindo o caso do Governo ir privatizar a gestão das Estradas de Portugal.
«Imagine-se só! Todas as Estradas de Portugal são geridas por privados», comentou.No comício, Louçã anunciou que no topo da agenda do BE estão os combates políticos no âmbito das políticas sociais, nomeadamente do abuso das privatizações por parte do Governo ou no campo da Saúde.
O comício que começou já depois das 22h30 teve uma assistência de algumas dezenas de pessoas, entre militantes, transeuntes e turistas que paravam para ouvir a mensagem do Bloco de Esquerda.
Fontes: Agência Lusa / SOL

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